Novo estudo associa uso de óleo de amêndoas a parto prematuro


07.12.2012

Especialistas avaliam que achados não são conclusivos, mas orientam gestantes a discutir com médicos uso de qualquer cosmético na gravidez

Um novo estudo publicado na revista Human Reproduction – importante publicação científica no meio médico internacional – associou o uso de produtos para combater estrias na gravidez a um maior risco de parto prematuro.

Pesquisadores da Universidade de Verona (Itália) avaliaram 700 mulheres que deram a luz em hospitais públicos italianos. Deste total, 189 pacientes disseram ter usado óleo de amêndoas todos os dias por pelo menos três meses. Entre elas, o índice de partos prematuros e de bebês que nasceram com baixo peso – inferior a 2 quilos – foi de 15,3%.

Já entre as pacientes que não usaram os cosméticos (511) de forma tão frequente, a parcela de bebês nascidos antes do tempo foi de 9,9%, quase seis pontos porcentuais a menos, diferença considerada expressiva pelos pesquisadores. Os próprios autores da publicação disseram que os achados ainda são inconclusivos e alertam que mais pesquisas sobre o assunto precisam ser realizadas.

“Foi um primeiro passo científico, mas sem nenhuma conclusão efetiva. Ainda são necessários ao menos outros 10 estudos para que possamos pensar se é necessário uma restrição ao óleo de amêndoa na gestação”, avalia João Alfredo Steibel, presidentes da Comissão Nacional Especializada em Parto da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Para Raphael Câmara Medeiros Parente, médico da Universidade Federal do Rio de Janeiro e também da comissão de parto da Febrasgo, o fato do estudo italiano não fechar questão se o óleo de amêndoa é ou não causador de parto prematuro reforça a ideia de que não é preciso pânico e nem “tons alarmistas”.

“Mas é uma discussão iniciada e que precisa ser aprofundada. Pelo sim e pelo não, enquanto existir dúvida, o ideal seria evitar o uso desse tipo de produto. Eu, se engravidasse, não usaria”, afirmou.

Câmara pondera, porém, que o resultado da pesquisa pode ser afetado pelo fato de que muitas mulheres usam o óleo de amêndoa por já terem maior distensão abdominal pela gravidez, com o objetivo de evitar estrias. Segundo ele, a distensão abdominal – que tem diferentes causas, como aumento de líquido ou gravidez de gêmeos – é, por si só, uma das causas de parto prematuro.

A secretária geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Leandra Metsavaht, não considera que um único trabalho seja suficiente para condenar o óleo de amêndoa que, de acordo com ela, quando misturado ao creme hidrante é eficaz no controle das estrias.

“Existem falhas de análise neste estudo para que possamos fazer uma orientação efetiva sobre qualquer risco associado ao óleo”, diz.

“O que precisamos coibir é a automedicação, um comportamento que é realidade nas gestações brasileiras”, alerta a médica.

Um estudo feito pela Universidade de São Paulo em 2010 avaliou 699 mulheres, com mais de 30 semanas de gestação (oito meses) e concluiu que 30% delas recorrem às pomadas, xaropes e comprimidos sem nenhum respaldo médico.

No ano passado, relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou que dos 143 medicamentos de venda controlada avaliados em laboratório, 69,7% ameaçavam, de alguma forma, a gestação, seja por risco de má formação fetal ou aceleração do parto.

O consenso entre Leandra e os especialistas Raphael Câmara e João Alfredo Steibel é que todas as gestantes devem pedir orientação aos ginecologistas sobre todos os produtos usados, não apenas os remédios, como também os cosméticos.

Fonte: IG Saúde

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